Como nascem as boas ideias, em que momento surgem, de onde vêm? Aliás, as ideias realmente existem ou são algo tão imaterial que não podemos definir? Quando pensamos na vida de um projeto gráfico, do croqui ao guardanapo até a impressão, essa noção precisa, além de estar clara na mente dos criativos, poder ser transmitida de forma visual e entendível.

Tem um cara chamado René de Chateaubriand que disse o seguinte: “Tudo nasce das ideias, elas dão origem aos fatos que apenas lhes servem de envelope”. Com isso em mente, a gente poderia começar a dizer que, neste caso, os fatos são sua campanha e o envelope é seu projeto gráfico.

Quantas vezes você já viu pessoas fazendo desenhos em guardanapos? Alguns rabiscos que tentam, de alguma forma, facilitar a compreensão de um conceito ou mesmo registrar um insight antes que ele se perca? Pois esse é um daqueles momentos onde o que importa é o exercício da comunicação.

A partir daí, há todo um mundo de trabalhos e competências que entram em jogo. Hoje, vamos falar do que acontece depois do guardanapo. A vida de um projeto gráfico tem várias etapas que fazem toda a diferença na hora de conceber um projeto genial.

As fases de um projeto gráfico

Basicamente, podemos dividir a vida de um projeto gráfico em 3 etapas: concepção, produção e reprodução. Vejamos então por tudo o que aquele rabisco no papel vai passar até virar publicidade de verdade.

Primeira fase: Concepção

Hora de falar dos porquês e dos comos. Aqui, entram em cena tudo o que foi disparado como ideia inicial, quais são os melhores materiais para serem usados e formatos mais adequados, além de todos os outros detalhes envolvidos no processo.

Nessa etapa, incluímos tudo o que tem a ver com abstração. Brainstorming para descobrir tudo o que pode ser aproveitado, desenvolver o briefing, estabelecer objetivos do projeto, conhecer a quem se dirige o material (target ou público-alvo) e quais são os melhores meios para atingi-lo. Além disso, qual é a mensagem a ser transmitida, o layout, quem são os concorrentes, e por aí segue.

Segunda fase: Produção

O que era um croqui em qualquer pedaço de papel voltou para o mundo subjetivo na primeira etapa e agora chegou a hora de voltar à materialidade. Aqui, o trabalho começa a ganhar vida e dá-se início ao que se chama de produção da arte final.

Na produção, etapas como aluguel de bancos de imagens, seguimento do cliente, diagramação, estudo das fontes, paleta de cores e tudo o que tenha a ver com a parte prática é desenvolvido. Esta é, definitivamente, a última chance de experimentar, errar, acertar, remodelar e fazer todo o necessário para que a ideia se materialize da melhor forma possível.

É quando a ideia vira a peça gráfica inicial, o protótipo, também conhecido como boneco, ganha vida, melhor dizendo, forma.

Em tempo, o boneco trata-se do projeto gráfico de um produto que mostra os elementos e a forma que seriam usadas na versão final. O boneco nem sempre é impresso nos mesmos materiais que serão aplicados nas gráficas finais, tem caráter de simulação.

Terceira fase: Reprodução

Com todos os conceitos e peças gráficas desenvolvidos e ajustados (quantas vezes for necessário)  pela equipe da criação, chega o momento mais esperado, a conclusão da parte gráfica e criação dos fotolitos. É hora dos ajustes finos, de regulagem dos plotters, primeiras tiragens do material e entrega ao cliente para que seja conferido e efetivamente dado como aprovado.

Como encarar cada fase

Até agora, vimos as etapas necessárias e alguns dos procedimentos envolvidos em cada uma delas. Mas, como encarar a criação? Aquele croqui bonitinho do guardanapo pode virar um verdadeiro Gremlin  se sua agência não tomar cuidado.

Aqui, é importante destacar que, quando falamos de projeto gráfico, é fundamental levar em consideração que a apresentação final é tão – ou mais – importante que o conteúdo da peça ou produto em si. Ou seja, menos Gremlins, mais unicórnios (ou qualquer outra figura que seja atraente, convidativa e capaz de encantar a todo mundo, basicamente).

Tudo começa pelo briefing

Os primeiros insights só começam a surgir depois dos contatos iniciais com o cliente, é a fase do briefing. Após reuniões e trocas de informações com seu cliente ou responsável pelo cliente, chega o momento de discutir o projeto em conjunto.

O briefing é fundamental para entender as intenções do cliente e quais são os objetivos gerais e específicos da campanha que está por ser criada. Também as proporções do material, qual é o target, entre outros aspectos. Um bom projeto depende muito da capacidade de entendimento entre cliente e agência, caso contrário, seria tudo solução gráfica padrão. O briefing é o que orienta a originalidade.

Brainstorming pra-que-te-quero

A conhecida ‘chuva de ideias’ é um procedimento clássico em processos criativos. Serve para disparar possibilidades não óbvias que podem ser aproveitadas no projeto gráfico. Quando estamos demasiado focados em uma tarefa, atribuição ou necessidade, às vezes deixamos de estabelecer associações paralelas com conceitos complementares e originais.

Provas e experimentações

Mesmo com um briefing bem bolado, uma ideia genial e muita disposição, sem experimentar, o projeto pode não ficar tão bom como poderia. A produção é hora de errar, diríamos. Errar para ver o que não funciona até encontrar a melhor solução. As habilidades criativas são melhor exploradas por meio de provas. Imagens diferentes, tipologias diferentes, efeitos e o que seja devem ser aplicados até ficar, digamos tudo redondo.

Imagem é tudo

Por falar em imagens, sabemos como seu uso apropriado faz toda a diferença na hora de transmitir uma ideia. E trabalhar com imagens dá trabalho, é uma das partes mais difíceis de um projeto gráfico. Que fotos ou gráficos usar, em que proporção, tamanho, localização, e tudo isso de forma criativa. As imagens são cruciais para a aceitação do público. Deve-se causar impacto sem ser invasivo, informar sem distrair e, além disso, encantar e marcar a mente do público.

“Manda imprimir!”

Tudo visto, revisto e visto mais uma vez (só pra garantir)? Chegou a hora de mandar tudo pra gráfica e esperar para  receber o material cheirando à tinta. Após tanto trabalho, idas e vindas, ajustes e reajustes, o produto final, que começou lá no guardanapo, chega às mãos do cliente e consumidores.

Quem é apaixonado por criação, como nós :), tem como recompensa o sorriso do cliente quando abre o primeiro pacote da gráfica e, obviamente os resultados alcançados após a distribuição. Do croqui no guardanapo até a impressão, como você pode ver, tem muito, mas muito trabalho a ser feito!