Não importa a sua profissão. Não se sabe como e nem quando, mas uma coisa é certa: mais cedo ou mais tarde, a sua hora vai chegar. A internet está mudando diversas profissões e não estamos isentos disso. Diversos mercados e serviços estão tendo que reagir – lutando contra ou liderando a mudança – por causa das novas tecnologias aplicadas aos negócios. A questão é como vamos reagir a estas mudanças.

 

O Netflix é um exemplo claro de como uma plataforma de streamming está revolucionando a maneira de se fazer negócios. Hoje, algumas séries produzidas pelo próprio Netflix já tem mais audiência que séries de canais por assinatura, concorrem de igual para igual em premiações como o Emmy, e já fazem com que a plataforma lucre mais do que alguns canais de TV aberta.

 

O Airbnb é outro exemplo. Quase um sistema  “peer to peer” para hospedagem, já causando preocupação em diversas frentes do ramo hoteleiro, por um motivo simples. Um mercado auto regulamentado, tende mais a praticar preços justos, sem excessos por valor agregado ou por monopolizar uma determinada demanda, oferecendo a qualquer consumidor preços justos, respostas rápidas, um atendimento mais pessoal e ainda uma possibilidade de geração de renda que faz com que as pessoas simpatizem e até passem a preferir plataformas deste gênero. Um exemplo semelhante são sites de classificados ou leilão, como OLX e Mercado Livre. É comum ouvir de comerciantes de diversos produtos que “com preço de Mercado Livre não dá para concorrer”. E é verdade, por um simples motivo: Os usuários são pessoas físicas, isentas dos diversos tributos que pessoas jurídicas pagam.

 

Já o Uber é o mais polêmico, porque encontrou pela frente uma das classes que mais resistem a estas mudanças. A dos taxistas. O embate, que se trava de forma ferrenha em diversos países, se dá pela facilidade e eficiência que a ferramenta e todo o sistema do Uber oferece, e pela dificuldade que praticamente todas as cidades tem tido em enquadrar o Uber em um modelo de negócios existente e tributável, além de encontrar uma forma justa que imponha normas e taxas de funcionamento para ele sem afetar a grande base de usuários e profissionais que já tem aderido a ele.

 

E o que o marketing das empresas ou as agências de publicidade tem a ver com isso?

 

A questão é, como isso afetará o nosso já afetado setor de propaganda e marketing? É verdade que agências já têm sofrido com a nova atitude dos clientes, que preocupados cada vez mais com o ROI, tem reduzido os investimentos e tornando-os mais seletivos, evitando simplesmente demandar peças soltas de comunicação, impressão de materiais não utilizados ou disparos de e-mail marketing pouco assertivos, mas a onda da Automação de Marketing pode ser o Messias que o nosso mercado espera para ser quebrado, ou no mínimo, repensado.

 

A reposta pode estar no capital humano. Profissionais de comunicação e principalmente publicitários, geralmente vistos como “criativos”, tem que aproveitar o momento justamente para mostrar ao mercado que o seu diferencial é o capital humano. O atendimento, as ideias, a criatividade. Se há uma resposta para a crise mercadológica que vivemos, e principalmente para a crise setorial que está por vir, é essa.